A Baía de Guanabara não é só degradação. Há uma parte no seu recôncavo leste, onde a falta de conservação ambiental passa bem longe e o meio ambiente é tratado com respeito. É ali, nos 14 mil hectares da primeira unidade de conservação criada para proteger manguezal, que fica a Área de Proteção Ambiental (APA) de Guapimirim. Lá atuam de forma integrada a Estação Ecológica Guanabara e as duas unidades do Instituto Chico Mendes do Ministério do Meio Ambiente, onde diversas atividades transformaram o cenário do local chamado por ambientalistas de Pantanal Fluminense.
O local é muito procurado por turistas que querem fazer passeios de barcos realizados pela cooperativa. O ponto de partida é a APA. A reportagem da Agência Brasil teve oportunidade de percorrer de barco 11 quilômetros de rio desde a APA até a foz da Baía de Guanabara e depois seguir pela área mais aberta onde se via a Ilha de Paquetá, as montanhas da região serrana do Rio e a capital até voltar à APA.
Nesse trajeto, passa-se na calha onde estão os rios Guapimirim, Guapiaçu e o Guapi-Macacu, que é o mais limpo dos 35 rios que deságuam na Baía de Guanabara e sozinho é responsável por quase 40% de água com qualidade que abastece a baía. “Esse rio aqui é responsável por toda essa qualidade de vida. A gente brinca que é arca de Noé da Baía de Guanabara”, observou Adaildo Malafaia.
O passeio seguiu ainda pela área reflorestada Capinzal de 9 hectares. Lá, as mudas de 50 cm plantadas, hoje, são árvores de seis metros. Viu, ainda, a margem repleta de filhotes de caranguejo e passou no Canal da Banana onde, no passado, olarias exploravam a madeira do local para usar em seus fornos e, com isso, promoveram a destruição da vegetação. Agora, já recuperada, a extensão toda recebe, novamente, entre outras aves, colhereiros rosa que parecem fazer um balé no ar, o martim pescador e a garça moura. (Agência Brasil)