Se me pedisse para definir o debate dos candidatos ao governo do estado ontem a noite na Band, eu diria: 'Um pelotão de fuzilamento ao atual governador'. O primeiro debate entre candidatos que disputam o governo fluminense foi muito mais interessante que o primeiro realizado entre os presidenciáveis, na semana passada. Enquanto que no âmbito presidencial o debate foi quase uma troca de gentilezas, o debate fluminense faltou pegar fogo. Os 4 candidatos estavam dispostos a ir para o confronto direto. O alvo: o atual governador Cabral. Questões duras e muito sérias foram colocadas contra o atual governador, que não teve outra saída a não ser enrolar e contra-atacar, mas sem muito sucesso.
Quando Cabral se saía de um ataque, era surprendido por outro. E quando a regra do debate impedia questionamentos a apenas um candidato, sobrou munição para atacar Gabeira, que foi chamado por Jefferson Moura do PSOL de ex-Gabeira. O nível foi tão ácido que até Gabeira perdeu, num determinado mometo, sua calma monástica falando fora de seu tempo regulamentar. O prejuízo ficou por conta das propostas. Com tanto fogo cruzado não poderia sobrar tempo para discutir programas de governo. Particularmente achei o debate interessante, porque acreditava que seria monótono demais, mas a presença de Cabral foi crucial para o debate não deixar ninguém dormir. Por outro lado, acho fundamental para a democracia que as questões delicadas, especialmente relacionadas a quem está no governo, sejam colocadas na mesa. Pelo que foi assistido ontem, Cabral tem muito a explicar e o debate é o lugar para isso. Vamos torcer para que o governador compareça aos próximos. (Imagem: Portal eBand)